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O Vape e Seus Perigos: Mais Uma Vítima, Mais Um Alerta

A história de Diego Paiva dos Santos é um exemplo trágico e revelador dos riscos ocultos que acompanham o uso do cigarro eletrônico, conhecido popularmente como vape. Diego, um jovem de apenas 20 anos, faleceu após sofrer um infarto pulmonar — uma condição médica na qual a circulação sanguínea entre o coração e os pulmões é interrompida, comprometendo gravemente a oxigenação do organismo. Sua mãe, Lia Paiva, de acordo com a reportagem publicada no G1 no dia 12/10/2024, relatou que, embora a causa imediata da morte tenha sido uma infecção bacteriana, o uso prolongado e abusivo do vape desempenhou um papel fundamental na incapacidade dos pulmões de se recuperarem de forma adequada.


Diego começou a utilizar vape aos 15 anos e, de acordo com sua mãe, o fazia de forma compulsiva, inalando altas concentrações de nicotina e outras substâncias tóxicas presentes no dispositivo. Apesar dos inúmeros avisos e das tentativas desesperadas de convencê-lo a abandonar o hábito, ele continuou usando o cigarro eletrônico, chegando ao ponto de solicitar que o levassem ao hospital durante a internação. A dolorosa verdade é que, no momento em que precisou lutar contra uma infecção, seus pulmões já estavam tão severamente comprometidos que não conseguiram reagir à agressão bacteriana. Em apenas cinco anos de uso, Diego sofreu uma deterioração significativa de seus pulmões, que se mostraram incapazes de suportar uma infecção que tem, geralmente, prognóstico satisfatório em jovens saudáveis. 


A doutora Margareth Dalcolmo, pneumologista e presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), é enfática ao afirmar que o cigarro eletrônico provoca um processo inflamatório devastador e compromete a arquitetura pulmonar de forma irreversível, gerando um quadro que se assemelha ao enfisema pulmonar em fase aguda. Desde 2009, a comercialização do cigarro eletrônico é proibida no Brasil; no entanto, sua popularidade entre os jovens tem aumentado de maneira alarmante, especialmente pela falsa impressão de que se trata de uma alternativa mais segura ao cigarro convencional. Um estudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em parceria com o Instituto do Coração (Incor), revelou que o uso do vape pode resultar em até seis vezes mais intoxicação por nicotina do que o cigarro tradicional, expondo os usuários a danos pulmonares de magnitude igual ou superior aos causados pelo tabaco.


Outro ponto alarmante diz respeito à rapidez com que a dependência à nicotina se instala. Estudos demonstram que jovens podem se tornar dependentes do vape em apenas cinco dias de uso contínuo, consumindo uma quantidade de nicotina equivalente a cerca de 400 cigarros por semana. Para aqueles que acreditam que o cigarro eletrônico seja uma alternativa menos prejudicial ao cigarro convencional, as evidências apontam em direção oposta: além da alta concentração de nicotina, esses dispositivos contêm uma ampla gama de substâncias químicas tóxicas, muitas delas com propriedades carcinogênicas, como formaldeído, acetaldeído e acroleína, cujo impacto sobre o tecido pulmonar é devastador.


A história de Diego precisa servir como um alerta contundente. Os jovens devem ser esclarecidos sobre os verdadeiros perigos do vape, compreendendo que seu uso não é apenas uma brincadeira inofensiva, mas sim uma armadilha perigosa, que conduz a uma dependência rápida e danos severos e muitas vezes irreversíveis. Para as famílias, a mensagem deve ser igualmente clara: é essencial estar vigilante e presente, oferecendo apoio contínuo e, principalmente, orientação segura na luta contra um vício que tem o potencial de destruir vidas de maneira precoce e devastadora.


Se você conhece alguém que faz uso de vape, converse sobre os riscos. Compartilhe informações seguras e seja um apoio ativo nessa luta contra o vício. Incentive a busca por ajuda profissional, como programas de cessação do tabagismo ou acompanhamento psicológico. Assim você pode evitar que mais histórias como a de Diego se repitam e salvar vidas que ainda têm tanto a viver.

Yorumlar


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